terça-feira, 26 de outubro de 2010

Projeto Mês da Criança - Outubro


Projeto Dia das Crianças I

Justificativa:A criança tem o direito de ser feliz, de ser valorizada, respeitada e amada. Ela passa a maior parte do tempo na escola, que por sua vez desempenha sua função social proporcionando à criança um ambiente feliz, acolhedor e amável.

Objetivos:
Promover, durante a semana da criança, atividades extraclasse, variadas e interessantes, visando dar a criança oportunidades de lazer e sociabilidade educativas
Valorizar a criança
Estimular a auto-estima
Evidenciar direitos e deveres da criança
Desenvolver o raciocínio-lógico, a expressão oral e corporal, a coordenação motora, a percepção auditiva e visual da criança
Proporcionar jogos e brincadeiras

Desenvolvimento:
Capa para trabalho
Lembrancinhas
Desenhos para colorir
Recorte e colagem
Músicas e poesia
Dobradura
Brinquedos com sucata
Brincadeiras dirigidas
Mensagens

Culminância: Realização de apresentação de musicas, poesias e teatros com pipoca ou cachorro quente ou bolo e entrega de lembrancinhas para as crianças.

Avaliação: A avaliação deve buscar entender o processo de cada criança e a significação que cada trabalho comporta. A observação do grupo, além de diária e constante, deve fazer parte de uma atitude sistemática do professor dentro do seu espaço de trabalho.

Duração: 1ª quinzena do mês de outubro/2010


Projeto Dia das Crianças II - Semana da Criança 

Como surgiu o Dia da Criança
O Dia das Crianças no Brasil foi "inventado" por um político. O deputado federal Galdino do Valle Filho teve a idéia de criar um dia em homenagem às crianças na década de 1920.

Na década de 1920, o deputado federal Galdino do Valle Filho teve a idéia de
"criar" o dia das crianças. Os deputados aprovaram e o dia 12 de outubro foi
oficializado como Dia da Criança pelo presidente Arthur Bernardes, por meio do decreto nº 4867, de 5 de novembro de 1924.
Mas somente em 1960, quando a Fábrica de Brinquedos Estrela fez uma promoção conjunta com a Johnson & Johnson para lançar a "Semana do Bebê Robusto" e aumentar suas vendas, é que a data passou a ser comemorada. A estratégia deu certo, pois desde então o dia das Crianças é comemorado com muitos presentes!

Logo depois, outras empresas decidiram criar a Semana da Criança, para aumentar as vendas. No ano seguinte, os fabricantes de brinquedos decidiram escolher um único dia para a promoção e fizeram ressurgir o antigo decreto.
A partir daí, o dia 12 de outubro se tornou uma data importante para o setor de brinquedos.

Em outros países

Alguns países comemoram o dia das Crianças em datas diferentes do Brasil. Na
Índia, por exemplo, a data é comemorada em 15 de novembro. Em Portugal e
Moçambique, a comemoração acontece no dia 1º de junho. Em 5 de maio, é a vez
das crianças da China e do Japão comemorarem!

Dia Universal da Criança

Muitos países comemoram o dia das Crianças em 20 de novembro, já que a ONU (Organização das Nações Unidas) reconhece esse dia como o dia Universal das Crianças, pois nessa data também é comemorada a aprovação da Declaração dos Direitos das Crianças. Entre outras coisas, esta Declaração estabelece que toda criança deve ter proteção e cuidados especiais antes e depois do nascimento.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Motivos para um professor criar um blog


A intenção é trazer para cá algumas das idéias
que a gente vê perdidas pelo mundo — real ou virtual


Nesse mundo da tecnologia, inventam-se tantas novidades que realmente é difícil acompanhar todas as possibilidades de trabalho que elas abrem para um professor. Recentemente, surgiu mais uma: o blog.
Mas o que vem a ser isso? Trata-se de um site cujo dono usa para fazer registros diários, que podem ser comentados por pessoas em geral ou grupos específicos que utilizam a Internet. Em comparação com um site comum, oferece muito mais possibilidades de interação, pois cada post (texto publicado) pode ser comentado. Comparando-se com um fórum, a discussão, no blog, fica mais centrada nos tópicos sugeridos por quem gerencia a página e, nele, é visualmente mais fácil ir incluindo novos temas de discussão com freqüência para serem comentados.
Esse gênero foi rapidamente assimilado por jovens e adultos do mundo inteiro, em versões pessoais ou profissionais. A novidade é tão recente; e o sucesso, tamanho, que em seis anos, desde o início de sua existência, em 1999, o buscador Google passou a indicar 114 milhões de referências quando se solicita a pesquisa pelo termo “blog”, e, só no Brasil, aparecem 835 mil resultados hoje.
Não é à toa que tantos jovens e adultos começaram a se divertir publicando suas reflexões e sua rotina e que tantos profissionais, como jornalistas e professores, começaram a entrar em contato com seu público e seus alunos usando esse meio de comunicação. No blog, tudo acontece de uma maneira bastante intuitiva; e não é porque a academia ainda não disse ao professor que ele pode usar um blog que essa forma de comunicação deve ser deixada de lado. Com esse recurso, o educador tem um enorme espaço para explorar uma nova maneira de se comunicar com seus alunos. Vejamos sete motivos pelos quais um professor deveria, de fato, criar um blog.
1-     É divertido
É sempre necessário termos um motivo genuíno para fazer algo e, realmente, não há nada que legitime mais uma atividade que o fato de ela ser divertida. Um blog é criado assim: pensou, escreveu. E depois os outros comentam. Rapidamente, o professor vira autor e, ainda por cima, tem o privilégio de ver a reação de seus leitores. Como os blogs costumam ter uma linguagem bem cotidiana, bem gostosa de escrever e de ler, não há compromisso nem necessidade de textos longos, apesar de eles não serem proibidos. Como também é possível inserir imagens nos blogs, o educador tem uma excelente oportunidade de explorar essa linguagem tão atraente para qualquer leitor, o que aumenta ainda mais a diversão. O professor, como qualquer “blogueiro”, rapidamente descobrirá a magia da repercussão de suas palavras digitais e das imagens selecionadas (ou criadas). É possível até que fique “viciado” em fazer posts e ler comentários.
2-     Aproxima professor e alunos
Com o hábito de escrever e ter seu texto lido e comentado, não é preciso dizer que se cria um excelente canal de comunicação com os alunos, tantas vezes tão distantes. Além de trocar idéias com a turma, o que é um hábito extremamente saudável para a formação dos estudantes, no blog, o professor faz isso em um meio conhecido por eles, pois muitos costumam se comunicar por meio de seus blogs. Já pensou se eles puderem se comunicar com o seu professor dessa maneira? O professor “blogueiro” certamente se torna um ser mais próximo deles. Talvez, digital, o professor pareça até mais humano.
3-     Permite refletir sobre suas colocações
O aspecto mais saudável do blog, e talvez o mais encantador, é que os posts sempre podem ser comentados. Com isso, o professor, como qualquer “blogueiro”, tem inúmeras oportunidades de refletir sobre as suas colocações, o que só lhe trará crescimento pessoal e profissional. A primeira reação de quem passou a vida acreditando que diários devem ser trancados com cadeado, ao compreender o que é um blog, deve ser de horror: “O quê? Diários agora são públicos?”. Mas pensemos por outro lado: que oportunidade maravilhosa poder descobrir o que os outros acham do que dizemos e perceber se as pessoas compreendem o que escrevemos do mesmo modo que nós! Desse modo, podemos refinar o discurso, descobrir o que causa polêmica e o que precisa ser mais bem explicado ao leitor. O professor “blogueiro” certamente começa a refletir mais sobre suas próprias opiniões, o que é uma das práticas mais desejáveis para um mestre em tempos em que se acredita que a construção do conhecimento se dá pelo diálogo.
4-     Liga o professor ao mundo
Conectado à modernidade tecnológica e a uma nova maneira de se comunicar com os alunos, o educador também vai acabar conectando-se ainda mais ao mundo em que vive. Isso ocorre concretamente nos blogs por meio dos links (que significam “elos”, em inglês) que ele é convidado a inserir em seu espaço.  Os blogs mais modernos reservam espaços para links, e logo o professor “blogueiro” acabará por dar algumas sugestões ali. Ao indicar um link, o professor se conecta ao mundo, pois muito provavelmente deve ter feito uma ou várias pesquisas para descobrir o que lhe interessava. Com essa prática, acaba descobrindo uma novidade ou outra e tornando-se uma pessoa ainda mais interessante. Além disso, o blog será um instrumento para conectar o leitor a fontes de consulta provavelmente interessantes. E assim estamos todos conectados: professor, seus colegas, alunos e mundo.
5- Amplia a aula
Não é preciso dizer que, com tanta conexão possibilitada por um blog, o professor consegue ampliar sua aula. Aquilo que não foi debatido nos 45 minutos que ele tinha reservados para si na escola pode ser explorado com maior profundidade em outro tempo e espaço. Alunos interessados podem aproveitar a oportunidade para pensar mais um pouco sobre o tema, o que nunca faz mal a ninguém. Mesmo que não caia na prova.
6-     Permite trocar experiências com colegas
Com um recurso tão divertido em mãos, também é possível que os colegas professores entrem nos blogs uns dos outros. Essa troca de experiências e de reflexões certamente será muito rica. Em um ambiente onde a comunicação entre pares é tão entrecortada e limitada pela disponibilidade de tempo, até professores de turnos, unidades e mesmo escolas diferentes poderão aprender uns com os outros. E tudo isso, muitas vezes, sem a pressão de estarem ali por obrigação. (É claro que os blogs mais divertidos serão os mais visitados. E não precisamos confundir diversão com falta de seriedade profissional.)
7-     Torna o trabalho visível
Por fim, para quem gosta de um pouco de publicidade, nada mais interessante que saber que tudo o que é publicado (até mesmo os comentários) no blog fica disponível para quem quiser ver. O professor que possui um blog tem mais possibilidade de ser visto, comentado e conhecido por seu trabalho e suas reflexões. Por que não experimentar a fama pelo menos por algum tempo?
Antes de fazer seu próprio blog, vale a pena consultar as realizações de algumas pessoas comuns ou dos mais variados profissionais. Faça uma busca livre pela Internet para descobrir o que se faz nos blogs pelo mundo afora e (re)invente o seu!

Referências bibliográficas:
KOMESU, Fabiana Cristina. Blogs e as práticas de escrita sobre si na Internet. In: MARCUSCHI, Luiz Antônio; XAVIER, Antônio Carlos. Hipertexto e gêneros digitais. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O Professor sempre está errado..



Quando...
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.

Não falta às aulas, é um "Caxias".
Precisa faltar, é "turista"
Conversa com outros professores, está "malhando" os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó dos alunos.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.

Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama à atenção, é um grosso.
Não chama à atenção, não sabe se impor.

A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances dos alunos.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.

Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.

O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, "deu mole".

É, o professor está sempre errado mas,
se você conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!

 Fonte: Revista do professor de Matemática 36, 1988
 
Parabéns Professores...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O novo perfil do Professor..



     De fato, não é mais possível dar aulas apenas com o que foi aprendido na graduação. Ou achar que a tecnologia é coisa para especialistas. Trabalhar sozinho, sem trocar experiências com os colegas, e ignorar as didáticas de cada área são outras práticas condenadas pelos especialistas quando se pensa no professor do século 21. Planejar e avaliar constantemente, acreditando que o aluno pode aprender, por outro lado, é essencial na rotina dos bons profissionais.

Conheça seis profissionais que já incorporaram as qualidades do novo educador à rotina e comprovaram que se aperfeiçoar faz toda a diferença na aprendizagem da turma.

1 Ter boa formação
O mestrado é o caminho natural

"Eu me formei em Letras há 20 anos e, assim que fiquei frente a frente com os alunos, percebi que não estava preparada para tantos desafios didáticos. Logo me dei conta de que os bons educadores, aqueles que realmente fazem a turma aprender, são os que não param de estudar. Comecei procurando textos para ler por conta própria. Levava esse material para a escola e discutia sobre ele com a equipe. Isso não só me ajudou a dominar cada vez mais o conteúdo curricular como também me deu ferramentas para pensar em novas formas de abordá-lo durante as aulas. Para me aperfeiçoar ainda mais, senti que precisava voltar à universidade. Optei por cursar um mestrado em Língua Portuguesa na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Estudei a questão gramatical, o que me deu embasamento para trabalhar o tema com meus alunos de 5ª a 7ª séries. No início da carreira, eu tinha uma visão mais tradicionalista. Valorizava apenas a parte formal da gramática, acreditando que os estudantes deveriam saber de cor o que é um advérbio e um adjetivo. Quando passei a ter acesso à bibliografia sobre o tema, percebi que mais importante é eles compreenderem a função desses elementos na construção do sentido do texto. Eu também tinha uma noção simplista de certo e errado até entender a lógica dos ditos erros gramaticais dos alunos. A integração entre o mestrado e a experiência em sala de aula leva a reflexões sistemáticas que eliminam barreiras entre a teoria e a prática. Acredito que a boa formação é o caminho para a Educação pública dar um salto de qualidade. Só assim os educadores vão dominar os conteúdos, fazer um planejamento de acordo com as diretrizes da rede e a realidade dos alunos e avaliar a própria prática. Sinto cada vez mais confiança em relação a meus conhecimentos e, quanto mais estudo, mais percebo como isso é imprescindível para ensinar bem." 

Mariléa Giacomini Arruda , 57 anos, professora de Língua Portuguesa na EMEF Antonio Sampaio Dória, em São Paulo, SP



2 Usar as novas tecnologias

Um recurso a favor dos conteúdos

"Leciono Matemática há 12 anos e sempre acreditei que a tecnologia pode facilitar o ensino. Ainda hoje, no entanto, alguns educadores não se sentem capacitados para aproveitar o recurso e outros, empolgados, fazem uso dele em qualquer atividade sem planejamento. Infelizmente, em ambos os casos, saem perdendo os alunos e os próprios professores, que deixam de ter a seu favor uma ferramenta de ensino essencial. Aprendi a importância de analisar quais conteúdos podem ser ensinados com o auxílio da tecnologia. Com isso, além de aprimorar nossa prática, damos oportunidade aos estudantes de desenvolver habilidades tecnológicas básicas no mundo de hoje, como saber usar um editor de texto e uma planilha. O mestrado em uso das tecnologias, que fiz na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), me deu meios para trabalhar com mais qualidade alguns conceitos matemáticos. Com as turmas da 6ª série para as quais leciono atualmente, por exemplo, passei a usar planilhas eletrônicas no trabalho com operações e, principalmente, de tratamento da informação e porcentagem. Os alunos fazem cálculos nas planilhas e depois criam gráficos que melhor representam os resultados obtidos. Os recursos disponíveis hoje não se aplicam só à minha disciplina. Na escola em que atuo, há professores de Língua Portuguesa que conjugam o ensino de novos gêneros, como blogs e fotologs, à produção de texto. O fato é que nossos alunos são formados dentro da cultura digital e profundamente influenciados por ela. Com a democratização do uso da internet, o crescimento do número de lan houses, o barateamento dos computadores e mesmo a implantação de programas de governo destinados à informatização das escolas, não há por que trabalhar usando somente o quadro e o giz. Cabe a nós entender como se dá esse processo e nos atualizar de forma a desafiar os estudantes." 

Flaviana Meneguelli, 32 anos, professora de Matemática na Escola Básica Municipal Intendente Aricomedes da Silva, em Florianópolis, SC


3 Atualizar-se nas novas didáticas


Um jeito de ensinar cada disciplina

"Quando assumi uma sala de aula pela primeira vez, senti dificuldade por não ter um grande domínio das didáticas. Na faculdade, procurei aprender o máximo sobre isso e, como leciono nas primeiras séries do Ensino Fundamental, tenho de me preparar em todas as áreas. O trabalho com Língua Portuguesa é estratégico nesses anos iniciais. Para dar conta disso, assim que terminei a graduação, já estava fazendo uma extensão universitária sobre práticas de leitura na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Também me aprimorei em relação à escrita num curso que abordou as situações didáticas fundamentais na alfabetização. Nunca perco as formações oferecidas pela rede e esse foi o meio de me atualizar em relação à didática da Matemática. No curso, conheci as últimas pesquisas sobre o tema, entendi como as crianças aprendem e de que forma encaminhar as atividades para facilitar a aprendizagem. Participei ainda de cursos em História, Geografia e Arte. Faz toda a diferença no dia a dia na sala de aula ter contato com as obras de autores consagrados e se aprofundar nas didáticas específicas. Para resolver outra demanda essencial - ensinar alunos com deficiência -, fiz um curso de pós-graduação em Psicopedagogia. Com as aulas, aprendi formas de interagir com eles e a identificar que atividade é mais eficaz para cada tipo de dificuldade. Invisto muito do meu tempo em todos esses cursos, mas isso acaba facilitando meu trabalho e me fornece instrumentos para enfrentar as dificuldades em sala. Hoje tomo decisões com mais segurança e, quando vejo o quanto os estudantes estão avançando, percebo que estou no caminho certo. Os resultados da Prova Brasil mostram o impacto da formação no meu trabalho: as notas da minha sala são muito maiores do que as médias nacional, estadual e municipal." 

Sandra de Amorim Silva Cavalcanti, 29 anos, professora na EM Professor Aderbal Galvão e coordenadora de projetos da rede municipal do Recife, PE


4 Trabalhar bem em equipe

Na troca de ideias, todos ganham

"Sou professora há mais de 17 anos e hoje tenho total clareza de que, conversando com os demais professores e com a orientadora pedagógica, é possível descobrir formas mais eficazes de ensinar. Na minha escola, o trabalho em equipe realmente funciona. Há mais de uma turma de crianças da Educação Infantil da mesma idade, o que permite compartilhar informações sobre um mesmo programa. Juntos, planejamos as atividades, analisamos o que funcionou ou não e pensamos no que é preciso fazer para melhorá-las. Além disso, semanalmente, me reúno com a orientadora pedagógica, que me ajuda a ver problemas nas estratégias que estou usando e me faz refletir sobre pontos importantes do desenvolvimento das crianças. O relacionamento também ocorre com os colegas que lecionam em outros níveis. Fazemos avaliações individuais dos pequenos em cada eixo curricular e registramos em que cada um precisa se desenvolver mais. No fim do semestre, essas informações são compartilhadas com o professor que vai acompanhar a turma no ano seguinte. Assim, ele fica sabendo quem é cada um, o que sabe, que dificuldades apresenta e os pontos que necessitam de atenção. Os pais são outros grandes aliados no processo de ensino e aprendizagem. Aproveitamos que eles trazem o filho e conversamos sobre a participação dele em sala. Quando a criança apresenta alguma dificuldade, logo eles são avisados para que possam acompanhar de perto. Orientamos sobre como pode ser a ajuda em casa porque, afinal, eles não são educadores e não sabem exatamente como fazer isso. Nas reuniões de pais, que são periódicas, explicamos nossa concepção de trabalho para que entendam como diferentes atividades favorecem o ensino da leitura, entre outras habilidades. Quando todos - família, professores e gestores - se envolvem, a criança sempre ganha." 

Patrícia Lemes Mullin, 39 anos, professora de pré-escola na EMEI Professora Marianita de Oliveira Pereira Santos, em São José dos Campos, a 91 quilômetros de São Paulo


5 Planejar e avaliar sempre

Observar para reorientar o trabalho

"Comecei a dar aula aos 18 anos, enquanto cursava o Magistério. Na época se falava pouco de planejamento. Avaliação era sinônimo de prova e nada mais. Foi na licenciatura em Matemática que entendi a importância de usar meios avaliativos para checar o que de verdade os alunos aprenderam e, com isso, verificar a qualidade e a consistência das estratégias de ensino para reorientar o trabalho em sala. Minha escola tem um currículo bem estruturado e sei quais são as expectativas de aprendizagem para cada conteúdo. Como leciono para o 6º ano, ter clareza do que os alunos dominam em relação ao programa do segmento anterior é fundamental para garantir que eles acompanhem o andamento das atividades. Começo sempre com uma sondagem e, com base nesse levantamento, programo maneiras de retomar o que não foi aprendido. Na hora de introduzir um conteúdo, proponho situações diversas antes de entrar na teoria propriamente dita, definindo estratégias e fórmulas e sistematizando o que vimos na prática. Durante todo o ano, vão se alternando os momentos de planejamento, as aulas e a avaliação - que não se baseia apenas em provas. Observo e registro as estratégias usadas pelos alunos, as dificuldades e os avanços deles, além de olhar os cadernos. Assim, procuro não deixar as dúvidas se acumularem e logo intervenho. Quando identifico alunos com dificuldades, me concentro em ajudá-los, enquanto quem está em dia com a matéria se ocupa de outras atividades. Trabalhos em grupo, durante as quais os colegas se ajudam, também são essenciais. Algumas vezes, como lição de casa, proponho desafios complexos para a garotada. Isso me ajuda a ver até que ponto todos entenderam o que foi visto e se conseguem usar um conhecimento em diferentes contextos. Esse é mais um jeito de aproveitar da melhor maneira o potencial da turma e tornar meu trabalho ainda mais produtivo."

Greicy Silva, 28 anos, professora de Matemática no Ciep Municipal Alexandre Bacchi, em Guaporé, a 200 quilômetros de Porto Alegre


6 Ter atitude e postura profissionais

Todos os alunos podem aprender

"Meu primeiro trabalho na rede pública foi com turmas de 6º, 7º e 9º anos e, no início, me senti desanimado. Os alunos eram indisciplinados, não tratavam bem uns aos outros e discutiam bastante. O contexto social em que viviam era difícil e cheguei a questionar se seria mesmo possível ensinar diante dessas circunstâncias. Mas, em vez de desistir, resolvi investigar melhor o porquê da indisciplina - e isso fez toda a diferença no meu trabalho. Percebi que, ao não se sentirem ouvidos, os jovens perdiam o interesse pelas aulas. Era necessário valorizar o que eles sabiam e, sobretudo, respeitar seu cotidiano. Fiz isso, por exemplo, quando discuti a situação dos negros hoje, traçando um paralelo com as questões históricas da escravidão. Ouvi o que pensavam sobre isso: muitos citaram o preconceito como um grande problema vivido por eles. Assim, a aprendizagem do conteúdo começou a fazer sentido e eles passaram a ficar mais atentos às aulas. Ainda assim, se surgia alguma briga, eu deixava claro que, como qualquer outro lugar, a sala de aula também tem normas de convivência. Em vez de impor regras, coloquei o tema em discussão e os atritos diminuíram. O que me fez mudar a postura foi a crença de que todos, independentemente de seu histórico e comportamento, têm a capacidade e o direito de aprender e, por isso, devemos sempre esperar o melhor de cada um. Todo docente deve analisar cada caso, olhar para as dificuldades de convivência, pensar em estratégias para sanar os problemas e criar o melhor ambiente para a aprendizagem. Envolver os pais nesse processo ajuda. Deixo claro para eles que é essencial mostrar aos filhos como se importam com a vida escolar deles. O que ocorre na sala de aula é reflexo da Educação como um todo. Para discutir com colegas sobre como as políticas públicas se afastam ou se aproximam do que o docente precisa, me tornei monitor no Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Essa reflexão deveria se estender a todos nós, professores, os principais interessados, juntamente com os alunos, na melhoria da qualidade do ensino." 

Leandro Pereira Matos, 26 anos, professor de História na EM União da Betânia, em Juiz de Fora, a 276 quilômetros de Belo Horizonte


Por Nova Escola
Publicação Outubro/2010


O Ensino da Matemática, por Meio de Recursos Pedagógicos, para os Portadores de Deficiência Auditiva do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª Série

     A presença crescente, na rede regular de ensino, de crianças com necessidades especiais, exige antes de tudo, uma mudança de atitude, não só dos professores, mas de toda a comunidade escolar. Sendo preciso reconhecer, questionar e quebrar preconceitos, estimulando generosidade, acolhimento e respeito. Trata- se de uma questão de diversidade. A função educativa dos recursos metodológicos é ampla e livre, portanto, ele orienta as atividades do professor proporcionando segurança. Recursos metodológicos e escola complementam-se, pelo ponto de vista que ambos têm a função maior que favorece na criança estímulos necessário para o seu amadurecimento enquanto pessoa. Esses recursos fazem com que a criança seja estimulada a viver em sociedade, recebendo as influências destas e também sendo um agente transformador, compreendendo a necessidade de participação e ajuda. Este trabalho tem como proposta verificar se os recursos pedagógicos utilizados em sala de aula no ensino da matemática desenvolvem as habilidades e uma aprendizagem efetiva das crianças portadoras de deficiência auditiva.


DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Deficiência auditiva é a incapacidade parcial ou total de audição. Pode ser de nascença ou causada posteriormente por doenças.
No passado, costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum tipo de déficit de inteligência. Entretanto, com a inclusão dos surdos no processo educativo, compreendeu-se que eles, em sua maioria, não tinham a possibilidade de desenvolver a inteligência em virtude dos poucos estímulos que recebiam e que isto era devido à dificuldade de comunicação entre surdos e ouvintes. Porém, o desenvolvimento das diversas línguas de sinais e o trabalho de ensino das línguas orais permitiram aos surdos os meios de desenvolvimento de sua inteligência.
A deficiência auditiva pode ser classificada como: deficiência de transmissão ? quando o problema se localiza no ouvido externo ou no ouvido médio; deficiência mista ? quando o problema se localiza no ouvido médio. E deficiência interna ou sensório neural ? quando se origina no ouvido interno e no nervo auditivo. Ela se manifesta como:
  • Surdez leve/ moderada: perda auditiva de até 70 decibéis, que dificulta, mas não impede o individuo de se expressar oralmente, bem como de perceber a voz humana, com ou sem a utilização de um aparelho auditivo; 
  • Surdez severa/ profunda: perda auditiva acima de 70 decibéis, que impede o individuo de entender, com ou sem aparelho auditivo, a voz humana, bem como de adquirir, naturalmente, o código da língua oral.
RECURSOS PEDAGÓGICOS
Constantemente utilizado por professores e alunos o recurso pedagógico tornou-se um instrumento comum para o trabalho ensino. Embora sua utilização seja frequente e seja um instrumento de uso comum para professores e alunos, o recurso pedagógico traz diferentes graus de complexidade sobre aspectos inerentes que dizem respeito às possibilidades de aprendizagem encerradas no recurso.
O recurso pedagógico relaciona-se a "algo" concreto, um objeto concreto. Assim, pautado nessa definição, entende-se que uma brincadeira não seria um recurso, mas, sim, o brinquedo; um jogo não seria um recurso, mas as peças desse jogo, pois, ao se analisar a própria palavra jogo, constata-se que ela traz implícita a idéia da utilização das peças para uma atividade. Dessa forma, a definição de recurso se assemelha mais a um estímulo concreto que possa ser manipulável. Além disso, esse estímulo deverá ter uma finalidade, ou seja, deverá a esse estímulo ser atribuída a finalidade pedagógica.
Essa definição engloba diversos materiais desde que estes sejam objetos físicos, concretos, manipuláveis e utilizados com finalidade pedagógica. Fundamentados nessa definição, pode-se dizer que um apagador pode ser um recurso pedagógico, bem como, um computador, pois ambos possuem propriedades manipuláveis e podem conter uma finalidade pedagógica.
Podem-se apontar duas direções para utilizar o recurso pedagógico no processo de ensino. A primeira seria a avaliação, a segunda o ensino propriamente dito.
O ENSINO DA MATEMÁTICA, POR MEIO DE RECURSOS PEDAGÓGICOS, PARA OS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Ultimamente com o "boom" da inclusão social de pessoas com deficiências percebe- se o "boom" também de inovações tecnológicas e de diversos recursos automáticos e cibernéticos tanto no contexto gral como educacional, especificamente. No entanto, a utilização desses recursos está fora da realidade de muitas escolas públicas que hoje trabalham com pessoas deficientes e acabam por requerer do educador criatividade e maturidade para elaboração de técnicas e metodologias de ensino.
E por ser um mundo novo para esses profissionais da área de educação em Matemática eles acabam por sentir dificuldades na elaboração das aulas a serem expostas o que acaba por se refletir em sala de aula.
Com os deficientes auditivos essa situação se agrava, pois para os professores a comunicação oral continua sendo um dos maiores difusores de conhecimento em sala de aula. Essa se agrava mais ainda quando se tratam de alunos do ensino fundamental de 1ª a 4ª séries onde somente o conhecimento do professor associado com a disciplina não são suficientes para o ensino- aprendizagem eficiente dos alunos.
Por isso o educador deve criar métodos de ensino que potencialize outros mecanismos de comunicação do aluno, principalmente o visual.
Tarefa pouco fácil principalmente em se tratando do ensino da matemática. isso devido ás dificuldades que a maioria dos professores da área técnica possuem em adotar metodologias que prendam a atenção do aluno e que mostra a aplicação do que está sendo estudado que são de vital importância para que o processo de ensino- aprendizagem seja eficaz.
Observa- se a necessidade da instrumentalização dos educadores no sentido de promover uma ação pedagógica que contribuirá realmente para o desenvolvimento da criança.
Por meio dos recursos metodológicos as crianças desenvolvem auto- estima, imaginação, confiança, controle, criatividade, cooperação, senso de percepção e o relacionamento interpessoal, desta forma, evidencia- se que uma das características fundamentais dos recursos metodológicos é funcionar como veículo estimulador do desenvolvimento humano, agindo de forma global e integrada nesse processo.
Os recursos metodológicos são agentes de socialização, e como tais, proporcionam a criança e ao adulto o conviver, o trocar, o construir-se. Na troca de experiências com o outro, que a criança se expressa, se coloca, influencia, é influenciada, tem a capacidade de julgar e extrair suas próprias conclusões, equilibrando assim seus esquemas mentais e suas emoções.
REFERÊNCIAS
Botelho, Núbia. Oficina Pedagógica. São Luís: Apyntec, 2007
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Especial. 
Diretrizes Nacionais da Educação Especial Básica: MEC, 2001.
BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: 
Adaptações Curriculares / Secretaria de Educação Fundamental. Secretaria de Educação Especial ? Brasília: MEC/ SEF/ SEESP, 1999.
CHATEAU, Jean. 
O Jogo e a Criança. São Paulo: Sumus, 1987.
COELHO, Washington Luís Rocha. 
Educação Especial. São Luís: UEMA-NEAD, 2006.